segunda-feira, 18 de junho de 2018

Contato

Depois de uma experiência inusitada, percebi a naturalidade com que pedi para alguém totalmente desconhecido, que eu mesma convidei para o meu quarto, que me passasse minha peça intima que estava na cadeira ao seu lado. Naturalidade que eu não usufruía nem com as minhas melhores amigas quando trocávamos de roupas juntas.
Corpos se unindo não significava união de almas, união de coração ou união de mente e emoção. Corpos entrelaçados significam tanto e ao mesmo tempo não significam nada, pele com pele nem sempre é quente, metaforicamente falando pode se dizer que o toque de dois corpos pode ser tão frio como um bloco de gelo, pois o toque pode acontecer sem desejo e ser entregue sem vontade.
Querer querendo ou querer sem querer? Não da para criar um equilíbrio nessa situação porque a mente não obedece, é como uma espécie de felicidade falsa, sorrindo sem sentido e sem vontade. E qual a lógica disso? Na verdade nem eu mesma sabia, mas estava deixando sair tudo o que estava na minha cabeça. Será que vai dar para entender? Espero que sim, pois ser aquele enigma que as pessoas nunca entendem, nem sempre era algo bom. 
As vantagens acabam quando se quer muito ser compreendido e não encontra ninguém capaz de exercer tal papel.
O universo se torna tão paralelo quando comparamos coisas da carne e da alma, na verdade são paradigmas, uma linha tênue entre corpo, mente e alma, que nem sempre é possível quebrar, não que seja indestrutível, mas a força de quem o aplica é maior do que a de quem quer destruí-lo. 
Sobre o toque físico, existem inúmeras cenas que deixam marcas incapazes de serem apagadas, e não, não são marcas na pele, são marcas na alma e lembranças árduas de um dia que dificilmente será esquecido. Eis aqui, aquela mini bagunça de contato de corpos que não significa união de almas, não significa união de nada. Dói tanto!
Sobre a ligação de almas, em determinada situação a conexão é tão forte que quando os corpos finalmente se unem é como se o universo parasse de se mover, nada acontece, nenhum movimento além do coração descompassado dançando sob o peito nu. O corpo enrijece, esfria, a freqüência cardíaca aumenta e o corpo estremece em resposta, mas ainda assim, nada acontece. Eis aqui, aquela mini bagunça de contato de almas que nem sempre consegue conectar os corpos. Que vergonha! Não, isso é lindo.
E quando os corpos se unem só por desejo, aquela brecha do “querer porque eu quero?” Será que é sempre o mesmo significado para ambos os corpos? Será que as duas mentes estão conectadas no mesmo lugar? Ou as pessoas são diferentes e tudo tem uma interpretação ímpar? Não me pergunte, se pergunte: como é para você o querer por que quer e como é para o outro? Impar ou par? Eis aqui, aquela desordem mental para lhe deixar um pouco perdido e pensativo.
Da para criar conexão física quando se tem uma muito mais forte com todas as outras partes, alma, coração, mente e emoção? Definitivamente possível, desde que seja a hora para os pés atravessarem a fronteira juntos, tudo se encaixa. Conexão é algo que se faz entre dois, é recíproco e sem ensaio. É o famoso clichê, quando tiver que ser, será. Eis aqui, aquele pedacinho da vida em que se questiona o quão sentimental se pode ser.
Não há versos que expliquem todos os tipos de conexões, todos os tipos de toques e desejos. Mas há caminhos que nos mostram todas as possibilidades, há sinais, há todo um hall de opções que deixa tudo menos complicado. 
Abra os olhos, caminhe na direção que seu coração bate mais forte quando você desejar o amor. Feche os olhos e caminhe na direção do cheiro mais doce da boca que você quer beijar. Abra os olhos e vá de encontro ao sorriso que você acha mais lindo e sorria com ele. Feche os olhos e caminhe na direção daquele perfume que você tanto adora e junte-se a ele. Abra os olhos, dilate as pupilas e vá em direção aos olhos que você consegue enxergar a alma através deles e conecte-se. Eis aqui, algumas vertentes. Siga a que combina com você.
Não ande por trilhas guiadas só pela razão e nem só pela emoção. Pare, pense e depois caminhe para onde realmente for necessário. Percorra a estrada que sua mente mandar, que seu coração escolher e que seu corpo desejar. 
Siga na direção que tem um pouco de você, sem se deixar levar pelo pouco dos outros. Seja seu querer por querer, seja o seu querer com desejo. Não seja querer sem querer, se preciso for, fuja, mas não queira pelos outros, queira por você. Eis aqui, um leque pequeno de dúvidas, e aí, qual deles você  vai querer?

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Pertencer

Estava cada vez mais difícil respirar. Acordei sufocada com seu corpo extremamente quente e pesado sobre mim, o empurrei gentilmente para o outro lado da cama e sentei-me para conter minha respiração ofegante e recobrar o ar perdido, enquanto estive embaixo de seu corpo nu. Vesti a sua camisa que estava sob meus pés e caminhei vagarosamente, pé ante pé, para fora do quarto. 
Da porta sua pele parecia cintilar sob a luz da lua, seus cabelos louros e desgrenhados pediam sobre seu rosto quadrado e davam-lhe um toque exageradamente sexy. Ele era uma pintura, uma verdadeira obra de arte e era todo meu. Mas eu não era só dele e nem só minha. 
Observá-lo dormir esvaia meus piores pensamentos, me dava a sensação de ser a pessoa que eu sabia, que talvez, jamais seria. Sua respiração era lenta e silenciosa, sua boca vermelha despertava em mim os desejos mais profundos, mas mesmo assim, eu não podia ser só dele. 
Olhar pra ele, me trazia paz e ao mesmo tempo agonia, aflição e uma sensação de confinamento. Eu não era de ninguém, não era nem de mim mesma. Eu havia acostumado a ser livre, a voar sem ter que voltar pro mesmo lugar todos os dias e eu sabia que estava chegando o momento de seguir o meu caminho, porém sozinha. Sentei na poltrona próxima a janela e observei a lua que estava enorme lá fora, era uma paisagem inexplicável e de tirar o fôlego. 
A noite estava bem luminosa, o quarto estava extremamente alumiado, mas os meus pensamentos estavam apagados e turvos. Descansei a cabeça nas mãos e deixei meus pensamentos fluírem. Eu sabia que não pertencia a ninguém, afinal de contas nem eu me conhecia por completo para me pertencer. 
Ás vezes eu não sabia quem eu realmente era, quem eu seria e quando eu veria as coisas de uma maneira diferente das que eu enxergo nesse ponto da minha vida. Meus olhos não alcançavam o amanhã, eu só vivia do hoje, não tinha tempo para arrependimentos e nem para desperdício de tempo e oportunidade, era raridade eu pensar em acontecimentos futuros. Inseguranças e medos eu sabia que todo mundo tinha, mas os meus, sempre me pareceram piores que os dos outros, pois eu não sabia exatamente como controlá-los. 
Eu não me entregava, sob hipótese alguma, para ninguém, não me possibilitava amar além da conta, não colocava a felicidade de ninguém na frente da minha, não me importava em dizer adeus e nunca me importei de não ter alguém para chamar de meu. Se nem eu era de mim mesma, por que me preocupar em ter alguém para ser? Além do mais, eu já tinha deixado claro na minha consciência que as pessoas não se pertencem. 
Eu sempre fui do mundo, sempre fui um ser de alma limpa, leve e solta. Nunca pensei em como seria a minha vida se eu amasse mais do que o outro, se eu escolhesse alguém para ser a minha propriedade, se eu me permitisse ser parte das pessoas do grupo comum. Ser incomum sempre foi meu ponto forte, assim ninguém me machucava, não me magoavam e nem me deixavam como segunda opção, para depois me sentir fútil, inútil e um monte de lixo que agora não servia para nada. 
Talvez fosse um pensamento egoísta, mas funcionava para mim. 
Ser dona do meus pensamentos, das minhas ações e ser decidida de tudo o que eu queria pra mim mesma, foram sempre o ponto alto do tipo de pessoa que eu sou. A minha essência era ser forte, era encarar a realidade como ela é, era saber que eu não estava imune às várias sensações que eu ainda não conhecia, mas também eu tinha consciência das minhas limitações e de tudo aquilo que era saudável pra mim. 
O clichê me perseguia constantemente. As pessoas me incomodavam insistindo em me tirar do mundo que eu estava acostumada a viver, mas eu não estava preparada para sair. Eu assistia às pessoas se decepcionarem todos os dias, a derramarem lágrimas por coisas que, em minha opinião, não valiam a pena, a se isolarem e se sentirem culpados por pessoas que as faziam sofrer, a esquecerem de suas essências e raízes e a morrer de amor, alguns metaforicamente, outros, tragicamente, morriam literalmente de amor. 
Eu não estava confortável para fazer parte desse histórico de pessoas clichês, eu preferia ser moderna, chorar de dor física, me sentir sozinha por realmente estar sozinha, me sentir mal por ter falhado em uma prova e me isolar por ter que estudar para não falhar outra vez. Eu tinha medos e inseguranças como todo ser humano, afinal de contas eu não era uma pessoa cem por cento fria, amarga e egocêntrica, parece, mas não sou. 
Meus sentimentos, meu futuro, minha melhor versão e o meu lado clichê, estavam ocultos na minha mente e no meu coração. Estavam trancados a sete chaves e só seriam libertos quando eu realmente estivesse preparada para arriscar a destruir tudo o que construí durante a minha vida inteira. Eu só os colocaria em prática quando tivesse a certeza de que eles seriam usados somente aquela vez. 
Na verdade, soava meio bobo pensar assim, mas eu não podia simplesmente desistir de quem eu era por qualquer um. O amor tinha se tornado tão banal, utópico e um sentimento muito caro nos tempos de hoje. O preço a se pagar por ele era absurdo, porque para todo mundo era muito fácil amar e desamar. 
Eu não sou superficial assim, eu sou profunda, sou intensa e sou verdadeira. Para muitos, eu era uma pessoa sem sentimentos, mas para mim eu só era idealista, pensava bastante para não fazer besteira e não pertencer ao grupo dos inventores de desculpas. Eu era orgulhosa demais para ter que me desculpar por não amar alguém na mesma intensidade e proporção, eu não podia obrigar meu coração a aceitar alguém pelo simples fato de a pessoa querer que fosse assim. 
Talvez, essa maneira de viver tenha feito meu ego crescer, mas pelo menos eu não enganava as pessoas de quem eu realmente era, do que eu realmente queria e de como as coisas seriam a partir do momento que alguém escolhesse ficar comigo. 
Eu sempre fui transparente, clara e às vezes até extremista na minha forma de pensar e agir, mas em conseqüência disso, eu nunca havia precisado interpretar papéis. 
Voltei para a cama e a minha obra de arte ainda adormecia. Sua pele ainda estava radiante sob a luz daquela imensa lua, beijei seus lábios lentamente, gosto doce e frio, e deitei-me ao seu lado, pois até o fim daquela noite, na mente da minha pintura, eu era toda dele, assim como eu sabia que ele era todo meu, mas era só por aquela noite. Pois se nem eu era dona de mim, ninguém mais poderia ser.



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Cores


Não tinha cor, nome, explicação, definição ou analogia. Simplesmente não tinha nada, mas não era um nada de vazio e nem de solidão, eu só não sabia como explicar a vastidão daquele vago que as palavras não podiam preencher. Eu não sabia se estava dependente, viciada, ou sei lá como classificar aquilo que eu estava sentindo. Eu só sabia que não haviam palavras que pudessem enaltecer tudo aquilo que estava acontecendo dentro de mim. Eram sorrisos, suspiros, brilhos nos olhos, magia na fala e uma balançada na alma, uma dança rítmica divina de todas essas ações involuntárias e conectadas em um passo só. Ela era o motivo de o sol nascer brilhante e vibrante, de as flores se abrirem, do balanço das copas das árvores, da dança na mata, da junção do ar e da terra em uma apresentação na gravidade, do canto dos pássaros, da poesia da paisagem do lado de fora da minha janela, da brisa fria do vento, da orquestra da natureza, da lua mais linda e cheia, da festa das estrelas e do movimento do universo, do meu pequeno universo. As cores tiveram outros tons para mim. Os tons frios já não eram mais tão frios e tristes, o branco, o cinza e o preto se tornaram os tons da sua pele, do seu sorriso, do seu cabelo e de suas lágrimas. Era uma imagem clássica e perfeita de uma arte sublime e totalmente realística. A dança das cores quentes em sua pele era a minha parte favorita. O vermelho que tingia desde seus lábios até a ponta dos seus dedos, davam a sua aparência um tom glorioso de uma pele sensível, macia e quase que intocável. O rosa que enrubesce em suas bochechas era o tom que mais combinava com sua pele pálida e aveludada. Mas as cores frias também lhe davam um charme. O roxo em contraste com a delicadeza de sua pele transbordava calmaria e serenidade, em contraste com o azul apresentava uma analogia perfeita do encontro do céu e do mar e em contraste com o verde representava a paz e o equilíbrio com a mãe natureza. Ela e as cores eram uma sintonia perfeita, uma mistura fantástica de tudo que há de mais divino do lado de cá. A vida e a sua beleza nunca foram tão extraordinárias, até que o arco íris em seu corpo apresentou a verdadeira paridade do equilíbrio entre o amor e a arte. 






quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Vidraça


Do lado de lá da imensa vidraça do meu quarto, estava a mistura mais linda das cores, todos os tons se misturando em uma sincronia hipnotizante. As escalas pendiam-se do vermelho ao laranja, do roxo ao rosa e do azul ao branco. Sentada na minha poltrona com uma xícara de chocolate quente nas mãos, entre a fumaça que se dissipava por cima dos meus olhos, eu observava aquele espetáculo de tirar o fôlego. Fechei os olhos para curtir aquele perfume inebriante das flores, mas quando os abri o balé das flores havia cessado, o perfume sumido e as cores também. Preto e Branco, aonde eu estava? Eu não conseguia distinguir que lugar era aquele. Era frio e cinzento, como o inverno passado e tinha uma pessoa muito parecida comigo parada olhando fixamente pra mim. Era o meu reflexo? Porque ele não repetia meus movimentos? Um frio percorreu minha espinha arrepiando até o último fio de cabelo do meu corpo. Encarei a figura que se parecia comigo e caminhei em sua direção para tentar toca-lá. Ela não se movia, então toquei gentilmente em sua mão e de repente eu já não estava mais ali. Era como se eu tivesse fora do meu corpo e fosse a plateia da minha própria memória. Que tipo de pessoa eu havia me tornado? Porque era mais fácil deixar as pessoas irem do que insistirem para elas ficarem? Porque eu permitia que o orgulho me consumisse? Desde quando foi mais fácil esconder sentimentos? Porque eu havia me tornado a minha própria prisão? O que o amor representava pra mim? Quando foi que parei de confiar nas pessoas e em mim mesma? Permaneci no canto daquele lugar desconhecido, assistindo às fases da minha vida. As pessoas que se foram, os amores que se esvaiam, os vazios que ninguém preenchia, o amor que talvez eu nunca sentiria, a solidão que me consumia, o arrependimento que me punia, o grito que me ensurdecia, o socorro que minha alma pedia, as diferentes sombras que me perseguiam, as dores que me absorviam e as humilhações que me diminuíam. Quem eu fui, quem eu era e quem eu seria? Fechei os olhos, respirei fundo e quando os abri novamente, caminhei para uma luz que apareceu no lado esquerdo daquele lugar, atravessei-a e forcei meus olhos a se acostumarem com a nova cor que tingia diante deles. Eram os tons quente, preenchendo o vazio que meus olhos haviam presenciado há alguns minutos atrás. Amarelo, laranjado e vermelho. Parei no canto, mais uma vez, entre o laranjado e o vermelho, assistindo a um momento diferente da minha vida. Um momento do qual eu havia esquecido completamente que existia dentro de mim. Sorrisos, aventuras, lembranças, paixões e amor. Uma lágrima queimou contra a minha pele fria e pálida. O amor existiu de diversas formas. Ele foi paciente, com um silêncio ensurdecedor, carente, pacifico, passivo, inovador, restaurador e com uma beleza que enaltecia tudo que tentava me antagonizar. Fechei os olhos e senti o perfume das flores ficando cada vez mais familiar, abri os olhos, o chocolate quente, agora estava frio, o balé das flores lento, pois suas pétalas haviam sido cobertas pelo orvalho da chuva e suas cores entorpecidas pelo vento, que ministrava uma orquestra incomparável. Do lado de lá da vidraça do meu quarto eu deixei meu reflexo imóvel e do lado de cá eu me ergui. Caminhei devagar e encostei meu corpo quente contra o vidro frio e senti a onda de uma corrente gélida o invadir, causando calafrios e uma certa anestesia. Optei por deixar aquela camada delicada de vidro separar de mim os mundos que haviam se tornado um paralelo entre quem eu fui e quem eu era. 






terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Um texto

A distância, o desconhecido e o novo se tornaram minhas companhias diárias. Eu não sabia se perderia muito, ou ganharia pouco, caso eu optasse por cruzá-la. Eu já havia ouvido todos os tipos de clichês, todas as frases feitas e tudo aquilo que poderia minimizar ou maximizar a ideia de enfrentá-la. Eu sabia que se quisesse mudanças eu teria que arriscar, sabia também que o desconhecido seria a causa principal de cada passo que eu desse. Eu mergulharia em um mundo totalmente diferente. Sentimentos, destinos, direções, paradas, aventuras e uma lista infinita de coisas que chegariam conforme o tempo. Não dava para afirmar que tipo de mundo era. Colorido? Cinza? Ou seriam os dois? Talvez houvesse mesmo um tipo de equilíbrio e tudo estivesse em uma perfeita simetria, menos a minha mente, que estava perdida em um mundo virado de cabeça para baixo. Dentro de tantas questões, afirmações e dúvidas, havia um limite entre o novo e o misterioso, eu tinha vontade de entrar nessa dimensão, descobrir tudo aquilo que não conhecia e entender as vantagens de dividir todas as coisas, até mesmo a lateral da minha cama, que sempre foi uma ala meio egoísta da minha parte.  Eu sei que eu tentava esconder quem eu era, tentava limitar minhas visões e meus pensamentos, mas era muito difícil dar o primeiro passo. No meio de tantas palavras eu sempre me lembrava dela, das propostas, das declarações e de toda simpatia e compreensão que ela havia demonstrado. Sim, ela havia entrado no meu mundo particular, havia feito uma pequena bagunça no meio das coisas que eu havia organizado esgotadamente, mas eu já não importava mais, por menor que fosse, ela tinha feito uma mudança dentro de mim. Eu não sabia mais como e o que elucidar, a única certeza que eu tinha era de que as minhas emoções estavam dissipadas no mesmo ar, que ela, a luz no meio da escuridão da minha alma, se encontrava.