segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Opções

Eu estava convicta de que ele tinha mais de duas opções. Ele mentia quando tentava afirmar que não tinha umas três ou quatro, disso eu tinha certeza, mas ainda assim eu não conseguia me libertar de seus braços. Quando estávamos juntos eu me considerava a primeira opção naquela novela da vida real, mesmo não sendo a única personagem principal. Eu já havia pensado bastante em como classificar o meu papel e eu cheguei a conclusão de que, a amante, eu não era. Convenhamos, nenhuma pessoa pode ser tarjada como "suja" por gostar de alguém cujo coração já tenha "dono", afinal, esse lance de amor não é questão de escolha, certo? Talvez sim, talvez não. Sendo franca, eu nunca consegui entender porque ter duas opções quando se pode encontrar todas em uma só. A nossa relação não era somente física, não era nada carnal, era um sentimento real e cheio de emoções que eu jamais saberia explicar. Poderia ser ilusão, eu sei, mas nunca houve nada que demonstrasse que era. Porém no fim, tudo voltava a estaca zero e todo aquele ciclo recomeçava. No fundo eu sabia que talvez ele não me escolheria, mas eu quis correr o risco de ir até o fim e tentar de todas as formas, fazer com que os olhos dele me enxergassem como os meus o enxergavam. Não era somente beleza, eu via através daquelas grandes esferas castanhas a sua alma transparecer de uma forma jubilosa. Aquele sorriso torto me desmontava e eu era incapaz de permanecer no mundo quando ouvia sua voz sussurrar o meu nome. Eu criava asas e só me sentia em terra firme quando os seus lábios tocavam os meus. Mas quando eu tinha que me despedir eu via todo o amor que eu sentia se transformar em utopia.

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