Entre os muitos tropeços da vida, haverá um momento em que você tem que se levantar. Entre todos os obstáculos que vão se erguer quando você estiver de pé, haverá um momento em que você terá que superá-los. Entre todas as situações que a vida jogar no seu colo, haverá um momento em que você terá que levantar a cabeça e seguir em frente. Entre todos os amores que passar por você, haverá um momento em que apenas um vai permanecer. Entre todas as coisas que você fizer na vida, haverá um momento em que as consequências vão aparecer. Entre todos os caminhos que você decidir traçar, haverá uma altura que não te permitirá voltar. Entre todas as pessoas que vem e vão, haverá um momento em que você terá que selecionar as que poderão ficar. Entre todas as suas habilidades, haverá um momento em que terá que optar por uma só. Entre as suas amizades, haverá um momento em que alguém irá te abandonar. Entre o finito e o infinito, haverá dimensões que você não poderá apreciar. Entre o céu e a Terra, haverá um momento em que você terá que escolher entre andar ou voar. Entre todas as fronteiras, haverá um momento em que você terá que decidir de que lado vai estar. Entre a vida e a morte, haverá muitas decisões a se tomar. Entre lá e cá, haverá sempre uma extensão sobre o que aspirar.
terça-feira, 31 de maio de 2016
quarta-feira, 18 de maio de 2016
Armadilha
Éramos um conjunto, um conjunto de muitas pessoas. As pessoas eram diversificadas e todas tinham um alvo em comum. O alvo era eu, mas eu já tinha sido acertada por um dardo e não podia deixar que outros tentassem me acertar. Meu dardo não sabia que uma nova competição havia sido, indiretamente, aberta e eu não fazia ideia de como parar uma ação relativamente natural. Todos os dardos tentavam me acertar, ficavam na mira e disparavam sem parar, mas eu sempre desviava. Eles eram muitos, mas atiravam em um movimento solo. Meu pólo positivo atraia cada vez mais pólos negativos, para se juntar aquele conjunto. Como? Eu não sabia responder e muito menos o motivo de o alvo ser eu. As minhas palavras e meus desvios de nada valiam, eu estava cercada. Todo lado que eu caminhava, havia um dardo apontado em minha direção. Na frente, na minha retaguarda, dos dois lados, em cima e em baixo. A armadilha foi bem estruturada e meus olhos ardiam tentando criar uma estratégia diante daquela pressão. Eu tinha plena consciência de que eu deveria correr, mas infelizmente eu não tinha para onde ir. Fechei os olhos e deixei que os dardos seguissem seu curso. Os dardos foram atirados e todos acertaram em mim, mas nenhum grudou, nenhum ficou preso, estavam todos ao chão. Ainda éramos um conjunto, um conjunto de muitas pessoas. Éramos muitos, mas no final não tínhamos ninguém.
domingo, 15 de maio de 2016
Anestesia
Fisicamente eu não sentia nada. Dor, frio, cócegas, calor, arrepios, eram sensações desconhecidas por mim no momento. Eu poderia classificar essa falta de sensibilidade como uma espécie de anestesia, apesar de não saber ao certo o motivo. Mas espiritual, mental e psicologicamente eu estava devastada. Um tsunami de sensações, que eu nunca imaginei sentir, rolava dentro da minha cabeça, meu coração estava oco e frio e o som que vinha de dentro dele ardia em meus ouvidos e martelava na minha cabeça sem dar trégua. A cada momento o espaço, apesar de vazio, ficava mais apertado trazendo consigo uma nova onda, que ao invés de levar o que me consumia, trazia uma carga maior para preencher aquele vazio comprimido dentro de cada lugar do meu corpo. Eu não conseguia agir, fisicamente eu estava petrificada pela falta de percepção e isso me impedia de movimentar. Por dentro eu estava cada vez mais consumida, em uma luta interminável com os abalos trazidos pelas lembranças. Razão, emoção, dúvidas, alegrias, dor, saudade, tristeza, entre milhares de outros sentimentos que eu não sabia como classificar. Era impossível me mover, era impossível chorar, era impossível sorrir, era impossível tornar alguma ação possível e a cada segundo uma parte de mim morria. O som do eco do meu peito queimava em meus ouvidos e invadia minha cabeça de uma forma ensurdecedora, tapei meus ouvidos e comecei a gritar para mim mesmo que tudo aquilo não era real. Quanto mais eu aumentava a intensidade do grito, mais alto o eco ficava. Resolvi me entregar, pois a única saída daquela prisão doentia, era para de tentar ir contra. Desisti de lutar, desisti de tentar entender, desisti de impedir as sensações de rolarem. Deixei que a anestesia física entrasse e entorpecesse meus sentidos como uma droga, que atingisse cada lugar do meu corpo e matasse por um momento o que estava tentando me matar.
Assinar:
Postagens (Atom)