Meus olhos enxergavam cinza, minha mente branco e minha alma o preto. Todos os tons da solidão e da tristeza refletidos em diferentes escalas e em diferentes partes. Eu já havia tentado de todas as formas possíveis, fazer com que aquelas cores, ganhassem vida. Na verdade, eu não sabia se podia classificá-las como cores, era tudo tão opaco, esmaecido, desvigoroso e inexpressivo, mas de uma forma enigmática aqueles tons insípidos me faziam querer buscar pela felicidade, ou pelo menos por parte dela. Eu tive que viver todos os tons de cinza e preto, porque o branco não tinha outro tom, ele só era branco, se estivesse encardido já não seria mais branco. Aqueles mesmos tons me mostraram que mesmo não sendo capazes de trazer alegria, a primeira vista, era a única saída do mundo sombrio que aquelas cores passavam só pelo fato de serem tristes, mas se elas não existissem a alma jamais aprenderia a ser feliz. Aquelas cores que borravam o meu mundo foram o motivo de eu querer continuar a buscar por outros tons, tons que criassem um outro mundo onde as cores da solidão fizessem parte dele.
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