Éramos amigos, o carinho fluía de uma maneira que eu jamais seria capaz de explicar. Ele era a maior parte do melhor de mim, ele era meu melhor amigo. Eu não sabia como esconder minhas emoções, não sabia conter o que eu sentia e muitas vezes eu não percebia as proporções que tomavam, até agora. Hoje decidimos andar pela praça que interligava o caminho de nossas casas. O dia, apesar de nublado, nos saudava com um belo arco-íris e um vento frio que arrepiava o corpo, mas nos mantinha mais próximos um do outro. Enquanto caminhávamos ele segurou a minha mão, a sensação que eu senti foi diferente das outras vezes em que estivemos ali. Da última vez que passeamos por aqui ele me beijou e desde então o mundo que eu enxergava dentro de seus olhos, mudou. Agora ele girava mais devagar, era mais colorido e ecoava uma melodia maravilhosa em consequência de cada piscada. Paramos no meio da praça e ele me abraçou, senti aquele cheiro tão conhecido e o segurei por mais alguns segundos em meus braços, mas ele me soltou, o abraço dele foi diferente do costumeiro. Ele me olhou nos olhos e pediu que os fechasse, obedeci. Aproveitei aquele momento, estávamos sozinhos e o tempo estava a favor do que eu gostaria de dizer para ele, deixei escapar "eu te amo", mas de seus lábios o som foi outro, "estou indo embora", meu sorriso desapareceu. Senti o mundo sumindo debaixo dos meus pés e foi como se não tivesse mais gravidade. Uma estaca foi cravada em meu peito. Eu não sabia como reagir, meus lábios secaram e minhas mãos tremiam. Ele segurou-as entre as suas e beijou a minha testa. Vagarosamente as soltou e se foi. Fiquei ali, no centro de nossa ligação, o vendo partir. A ponte se quebrou, o elo se rompeu e o amor dele por mim, morreu. Era tudo tão perfeito até o meu melhor amigo se tornar o meu amor.
Adorei <3
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