terça-feira, 7 de junho de 2016

Controvérsia

Certa vez me pediram para definir solidão, felicidade, amor, ódio e a vida. Na hora fiquei sem entender o fundamento de tal coisa, mas prometi que quando eu soubesse o que dizer, responderia. No caminho de volta para casa começou a chover, mas eu estava com muita pressa para chegar e poder pensar em como eu responderia tamanho desafio, que não esperei que a chuva diminuísse ou passasse, simplesmente continuei meu caminho sem medo do que molharia ou não. As gotas de chuva estavam bem fortes, as ruas desertas e as árvores dançando em um movimento continuo para um único lado, ali fui capaz de definir o que era a solidão. Olhando tudo ao meu redor, percebi que a única presença real ali era a minha, bem no meio da estrada, e então a solidão me acompanhou. Enquanto eu caminhava lutando contra o vento que cortava minha pele, eu compreendi que a solidão faz parte do trajeto até a felicidade. Ninguém é cem por cento feliz, ninguém é capaz de alcançar a felicidade sem antes conhecer um pouco da solidão, para chegarmos lá, temos que ter passado por "cá", para equilibrarmos a fronteira entre quem somos e quem nos tornaremos quando finalmente encontrarmos e sentirmos a felicidade, porque a solidão é o colo que acolhe e que nos carrega até lá. A felicidade é a sala preparatória para ditar sobre o amor,  pois quando a felicidade toma conta do coração, o amor não é mais utopia. Quando o amor toma conta do cérebro e espalha citocina pelo corpo, os movimentos se tornam involuntários e tudo quanto é ação é restritamente feita em consequência disso. As vezes os efeitos desencadeiam o ódio, que apesar de ser uma palavra muito forte, caminha juntamente com o amor, que se um dia for iludido, quebrado ou magoado, quem o substituirá será o ódio, que consome todo o sentimento bom que existia e o transforma em uma vontade avassaladora de nunca mais querer amar alguém. A falta de amor e a presença do ódio, bloqueia o cérebro de pensar racionalmente, arrancando de nós um lado cujo ninguém conhecia. A vida é só o ciclo que move tudo isso. Metamorfa, sorrir, chora, caminha, para, vai e vem, e no final tudo passa a valer a pena,  porque na vida o tempo não espera e o único ciclo que não podemos parar é a morte.

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