Hoje o dia foi de recordações, eu tinha encontrado uma espécie
de diário, antigo, escondido no fundo de um baú, que ficava em meu quarto. Folheando-o,
encontrei um galho de uma árvore, de uma floresta, em que fiquei perdida uma
vez. Enquanto eu o lia, viajei no passado, lembrando, o que havia acontecido. Estava
iniciando o inverno e eu tinha saído, para colocar em ordem, coisas que minha
cabeça, não aceitava por si só, as árvores eram de troncos finos e compridos,
com um caminho estreito no meio. Não sei o real motivo, mas eu estava descalço,
com as roupas sujas e o cabelo desgrenhado, eu fugia de alguma coisa, ou alguém,
mas não sabia de quem ou do que. Eu fiz um mesmo trajeto, uma centena de vezes
e não consegui achar uma forma de sair, cansada de fugir do, até então oculto, encostei
em uma árvore mais próxima, me abracei, na tentativa falha, de me aquecer,
daquele vento frio e do toque, do restante das folhas geladas, que caiam e
queimavam minha pele. O vento ficava cada vez mais forte, eu tremia de frio e
comecei a gritar, pedindo que aquilo acabasse. Quando finalmente tive coragem de
abrir os olhos, eu notei que o vento tinha cessado e o dia estava mais claro,
encontrei meu caminho e iniciei minha jornada para casa, enquanto voltava,
descobri que eu fugia de mim mesmo, com medo de enfrentar meus próprios demônios,
que usavam de minha fragilidade, para me prender em um mundo, que me fizesse
fugir dos problemas, que muitas vezes a sanidade não me permitia encarar.
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