segunda-feira, 11 de maio de 2015

Feixe de Luz

Acordei em uma tarde nublada de outono, havia um pequeno feixe de luz dançando em meu peito nu. Sentei e o observei caminhar pelo meu corpo despido, até parar em minha mão, tentei pegá-lo, mas foi em vão. Levantei-me, vesti meu roupão e fui até o jardim, que estava coberto de folhas amareladas e secas, ventava forte, as folhas começaram uma dança no ar, e eu me juntei a elas. Fechei os olhos e me entreguei aquela ação, sem sentido talvez, mas um pouco restauradora. Abri os olhos novamente e estava em uma estrada coberta por árvores floridas, em um vermelho vivo. A rua não tinha fim e nem começo, era uma reta tão grande, que me tornei incapaz de decidir para qual lado andar. Gritei ao som da liberdade e minha voz ecoou no meio das árvores, inesperadamente veio um som em resposta, de trás de uma delas. Fui em busca do autor, procurei uma, duas, cinco, quinze, trinta árvores e nada. Sentei no meio da estrada, abracei os joelhos e sussurrei que aquilo não era real, de repente um outro feixe de luz, iluminou meu pé e para minha surpresa, sempre que eu procurava de onde vinha, ele sumia. Levantei-me e fui até uma árvore de tronco largo, que estava a minha esquerda, caminhei sem fazer ruído e a encontrei, com um espelho na mão tentando me atrair para junto de si. Ela sorriu, me deu um beijo na testa e pegou-me pelas mãos, me levou até um pequeno barco, em uma lagoa de água absurdamente clara. Subimos juntas, nos sentamos e ela me abraçou, dizendo que aquele lugar chamava imaginação, me pediu para fechar os olhos e disse que sempre ia me visitar, quando eu deixasse minha mente passear e se afogar em sonhos. Acordei com frio, estava no meu jardim, deitada sobre a grama e coberta de folhas, que começavam a grudar em minha pele, pois a chuva começava a cair. Levantei e caminhei para dentro de casa, fui até o meu quarto e segui para o banheiro, após o banho revigorante, deitei em minha cama e achei um pequeno espelho no parapeito da minha janela. Peguei-o e o coloquei ao meu lado, fechei os olhos e me entreguei ao sono, para assim encontra-la novamente, no mundo que havia sido criado para nós.

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