Não tão no alto de uma colina, cercada por uma grama
extremamente verde e um riacho de água cristalina, dividindo um campo de flores
coloridas, havia uma pequena casa, com uma vidraça na frente. Todos os dias,
quando eu passava por ali, via um rosto na janela me observando, mas nunca
sorria ou acenava de volta para mim. Na manhã seguinte, parei ao lado oposto a
casa e comecei a jogar pétalas de diversas cores, na água. De repente a porta
se abriu e de lá, saiu uma criança, era a menina mais linda que eu já tinha visto
em minha vida, cabelos dourados cobriam-lhe os ombros, olhos azuis como o céu e
a boca era delicadamente, um fio delineado e vermelho como o sangue. Ela me
observou da escada e eu chamei-a. A medida que ela se aproximava eu notava que
ela não sorria, mas em sua mão carregava um coração partido e quando finalmente chegou perto de mim,
segurou minhas mãos e entregou-me o coração, o juntou na palma de minhas mãos úmidas,
e virou e refez o trecho de volta para a casa. Comecei a segui-la e segurei seu
frágil braço e a encarei em busca de respostas, apenas movimentando os lábios
disse 'O amor regenera a alma', finalmente soltei seu braço e ela sumiu como um
clarão diante dos meus olhos. Sentei ali, tentando entender o que tinha acabado
de acontecer. Após revirar a minha mente do avesso, lembrei o quanto em pedaços
eu me sentia, por não saber amar, pois se eu soubesse, me regeneraria como
aquele coração, que agora eu carregava nas mãos, recebido daquele que menos
entende o motivo de tanta tristeza, que divide, não só o coração, mas também a
alma, que padece por trás da vergonha de viver na solidão.
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