quarta-feira, 13 de maio de 2015

Solidão

Não tão no alto de uma colina, cercada por uma grama extremamente verde e um riacho de água cristalina, dividindo um campo de flores coloridas, havia uma pequena casa, com uma vidraça na frente. Todos os dias, quando eu passava por ali, via um rosto na janela me observando, mas nunca sorria ou acenava de volta para mim. Na manhã seguinte, parei ao lado oposto a casa e comecei a jogar pétalas de diversas cores, na água. De repente a porta se abriu e de lá, saiu uma criança, era a menina mais linda que eu já tinha visto em minha vida, cabelos dourados cobriam-lhe os ombros, olhos azuis como o céu e a boca era delicadamente, um fio delineado e vermelho como o sangue. Ela me observou da escada e eu chamei-a. A medida que ela se aproximava eu notava que ela não sorria, mas em sua mão carregava um coração partido e  quando finalmente chegou perto de mim, segurou minhas mãos e entregou-me o coração, o juntou na palma de minhas mãos úmidas, e virou e refez o trecho de volta para a casa. Comecei a segui-la e segurei seu frágil braço e a encarei em busca de respostas, apenas movimentando os lábios disse 'O amor regenera a alma', finalmente soltei seu braço e ela sumiu como um clarão diante dos meus olhos. Sentei ali, tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Após revirar a minha mente do avesso, lembrei o quanto em pedaços eu me sentia, por não saber amar, pois se eu soubesse, me regeneraria como aquele coração, que agora eu carregava nas mãos, recebido daquele que menos entende o motivo de tanta tristeza, que divide, não só o coração, mas também a alma, que padece por trás da vergonha de viver na solidão.

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